Revista Novo Perfil Esportes

sábado, 8 de junho de 2013


O objeto é de uma simplicidade de dar inveja. Um pedaço de madeira, parecido com um graveto, com um barbante preso à haste de um lado e na outra ponta, uma pequena caixa cilíndrica, com um dos lados fechado com pedaço de papel. Pronto, essa é a receita para um dos brinquedos tradicionais no Nordeste e que, em Fortaleza, no Ceará, está ganhando até campanha para se tornar "a próxima vuvuzela".

O nome do brinquedo é simples e cativante: rói rói. O nome surgiu a partir do barulho produzido pelo objeto. Para ouvir, basta girar a haste e pronto. Muitos até acham o som parecido com a da cigarra (aliás, esse é também um dos nomes que o objeto leva em outras regiões do País).

O responsável por essa movimentação da "nova vuvuzela no Ceará" é o facilitador de qualificação empresarial João Lopes. A campanha vem ganhando força em Fortaleza com a ajuda das redes sociais, onde entre "curtições" e "compartilhamentos" já ultrapassam a casa dos milhares. Mas ele lembra que o rói rói não é, "e nem nunca foi", uma invenção dele. "Meu primeiro contato com o brinquedo foi na década de 70, na periferia de Fortaleza. Naquela época brinquedo era pião, bila (bola de gude - no Sul, Sudeste e alguns estados do NE), arraia (pipa) e rói rói entre outros", diz Lopes.

A ideia de colocar o brinquedo em plano de destaque para os jogos na Arena Castelão surgiu ainda em 2010, quando Lopes foi instrutor de um curso para os permissionários do Mercado Central, um dos principais equipamentos de venda de produtos artesanais em Fortaleza. "Lá, joguei a ideia para a turma de eles lançarem a campanha do rói rói ser a nossa vuvuzela cearense, mas caiu no esquecimento", afirmou Lopes.

Foi esse esquecimento que motivou o facilitador retomar a campanha. E as aliadas foram as redes sociais. "Decidi por em prática minha própria ideia publicando uma foto e um texto no Twitter e no Facebook e foi adesão total, o que me fez produzir um pequeno vídeo e por no youtube explicando o que era o rói rói e a sugestão de tê-lo nos nossos jogos aqui no Ceará", completou o facilitador.

A campanha já até ganhou apoio de gente conhecida da mídia, como o cantor Roger, líder da banda Ultraje a Rigor, via twitter. E não foi só o apoio não, segundo mostrou João Lopes. Roger chegou a mencionar sobre o rói rói, para que o projeto ganhasse mais espaço na mídia nacional. Em contato com o NE10 Ceará, Roger não só reforçou o apoio como declarou ser uma ideia oposta à caxirola (desenvolvido pelo também músico Carlinhos Brown). "Ao contrário da idéia da caxirola, claramente forçada e imposta. O som do rói-rói e a maneira de usá-lo também são outras vantagens. Pode até se tornar uma coisa espontânea, embora não seja realmente um hábito do torcedor. Como músico, eu gostaria muito de ouvir o som de milhares de rói róis juntos!". Recentemente a assessoria de imprensa do projeto Caxirola disse que ainda há negociações com o governo federal para liberação no jogos.

E se a preocupação é sobre a liberação do objeto nos estádios, por enquanto, não há com o que se preocupar. De acordo com o guia de ingresso da Fifa, que é entregue aos torcedores na hora da compra do ingresso, nenhum dos itens que compõe o rói rói está na lista de proibições, que incluem megafones, sirenes, embalagens de spray, substâncias inflamáveis, animais, narcóticos, fogos de artifício, sinalizadores, bombas ou outros artifícios que produzam fumaça, armas, garrafas, copos, canecas ou latas.


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Fonte: NE 10 via Mais PB


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