Revista Novo Perfil Esportes

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O vice-presidente do Grêmio Adalberto Preis se manifestou nesta terça-feira em sua conta oficial no Twitter sobre as injúrias raciais proferidas por torcedores contra o goleiro Aranha, do Santos, na Arena, na última quinta. As suas declarações geraram polêmicas ao se destinarem ao camisa 1 santista. 

Segundo o dirigente, Aranha "encenou" para retardar a partida, que os paulistas venceriam por 2 a 0, pela ida das oitavas da Copa do Brasil. Em adendo na súmula, o árbitro Wilton Pereira Sampaio disse que não viu as ofensas, mas as relatou por meio de aviso de jogadores. Esse ato serviu como argumento para Preis.

- Sabem por que o árbitro não ouviu nem presenciou? Porque não houve. Foi tudo uma grande encenação do goleiro para fazer cera - escreveu.

Adalberto Preis é um dos vice-presidentes que integram o Conselho de administração da gestão de Fábio Koff. Preis, inclusive, chegou a ocupar interinamente a presidência, na ausência do presidente. Mais tarde, voltou a postar mensagens, tentando esclarecer a declaração.

- Estou em completa sintonia que a postura do Grêmio contra o racismo, teórica e prática. Não neguei a ocorrência de atos isolados, individuais que poderiam (ão) ser caracterizados como injúria racial. E como tal reprováveis. Mencionei matéria de ZH (jornal Zero Hora), na qual consta que o árbitro não viu nem ouvi atos racistas. Me senti autorizado a concluir que Aranha também não - defendeu-se.

O Grêmio será julgado nesta quarta no STJD e pode ser excluído da Copa do Brasil.

Vice-presidente do Grêmio questionou ofensas a Aranha (Foto: Reprodução/Twitter)











Entenda o caso


O incidente no jogo entre Grêmio e Santos, na Arena do Grêmio, ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo.

Diante da repercussão, Patrícia evitou dormir em casa nos últimos dias. Ela se refugiou em residências de parentes e amigos para evitar retaliação. Pedras foram jogadas em direção a sua casa na noite de sexta-feira. O GloboEsporte.com visitou a região na tarde de sábado e ouviu os vizinhos. Amigos negros da menina de 23 anos garantem que ela não é racista.A jovem mostrada pelas imagens do canal ESPN foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Patrícia Moreira era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida. Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia na sexta.

As injúrias raciais proferidas por torcedores gremistas contra o goleiro tiveram mais um desdobramento. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acatou o pedido da Procuradoria de Justiça Desportiva e suspendeu o jogo de volta entre as duas equipes, na próxima quarta-feira (3), até que o caso seja julgado. No primeiro duelo das oitavas da Copa do Brasil, os paulistas bateram os gaúchos por 2 a 0.

O Grêmio responderá por ato de discriminação racial por parte de torcedores, além do arremesso de papel higiênico no gramado e atraso. O clube corre risco de exclusão na Copa do Brasil e multa de até R$ 200 mil. A denúncia se apoia no artigo 243-G (discriminação racial) e no 213 (arremesso de objeto em campo), ambos do CBJD. O clube responde ainda ao artigo 191 por descumprir o regulamento e entrar em campo três minutos após o horário previsto.

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Fonte: Globoesporte.com
Foto: Roberto Vinicius/ELEVEN/Agência Estado


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